Quando Jonas decidiu fugir da missão que Deus lhe havia confiado, encontrou um navio prestes a viajar para Társis. Jonas não só comprou a passagem, como levou consigo um peso que os olhos humanos não podiam enxergar, a desobediência, a autonomia, uma soberba velada e seus achismos.
O texto diz: “Jonas desceu ao porão do navio, deitou-se e dormiu profundamente” (Jonas 1:5). Enquanto isso, o capitão lutava pela sobrevivência, tentando manter o controle diante da tempestade que, misteriosamente, surgira do nada.
O capitão finalmente desce ao porão, encontra Jonas dormindo e pergunta, “Como podes dormir? Levanta-te, clama ao teu Deus!” (Jonas 1:6). Esse grito ecoa até hoje, como um alerta para todos nós.
O capitão não fez nada para merecer aquela tempestade. Ele apenas recebeu alguém que não deveria estar ali. E essa é uma realidade tão atual, quanto humana, pois às vezes, sofremos ventos contrários porque embarcamos pessoas, situações ou escolhas, que não vieram da direção de Deus, e sim da fuga de alguém. A fuga do caminho reto, da santidade e responsabilidade.
O capitão tentou de tudo, lançou cargas ao mar, orientou os homens, clamou a deuses que não respondiam, buscou estratégias naturais para lidar com um problema espiritual. O texto nos lembra dessa confusão, “Os marinheiros tinham medo, e cada um clamava a seu deus” (Jonas 1:5).
Mas não adiantava, o problema tinha nome, tinha rosto e estava dormindo de consciência tranquila, enquanto todos os outros lutavam pelo que não haviam provocado.
Há pessoas que, ao invés de trazerem paz, trazem caos; e quando percebemos, já estamos segurando as velas, amarrando cordas, jogando cargas fora, tentando manter o navio da vida de pé.
Há momentos em que precisamos descer ao “porão” da nossa vida e confrontar aquilo que está provocando tempestades.
Perguntar a nós mesmos....“O que entrou na minha vida sem que Deus tivesse mandado?” “Quem está dormindo enquanto eu me esforço para manter tudo em pé?” “Qual ‘Jonas’ eu preciso identificar e entregar a Deus?”
Não foi maldade do capitão. Foi inocência. Mas inocência não impede consequências.
Assim como o capitão, às vezes somos surpreendidos pelo peso de batalhas que não são nossas.
E só quando Jonas reconhece: “Eu sei que é por minha causa que esta grande tempestade caiu sobre vós” (Jonas 1:12), é que a verdade vem à tona. O Jonas de coração humilde assume e reconfigura sua rota outra vez.
Há tempestades que só cessam quando obedecemos a Deus. E há tempestades que só cessam quando deixamos ir, aquilo ou aqueles, que Deus nunca mandou colocar no barco.
Que o exemplo do capitão nos desperte para discernirmos quem convidamos para perto, para identificarmos tempestades que não são nossas, e para entendermos que às vezes, a maior libertação é reconhecer que não podemos carregar no barco da nossa vida, quem foge da presença do Senhor.
Elas cessam quando colocamos cada passageiro no lugar que Deus determinou, seja dentro, seja fora do nosso navio.
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